Vim para a casa humilde. Depois um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia sozinha chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele pergunto "por quê?",compreendi ainda mais. Falei:"Porque é daí que nascem as canções." E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: "a quem será que se destina?"
Há 8 horas
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